Origens e nome do bairro – Em 1965, procedente de São Domingos do Prata, chega à localidade denominada “Buraco do Tatu”, em Carneirinhos, o senhor Manoel Crispim e sua família. Como eles eram devotos de São Geraldo, iniciaram, junto aos moradores, um movimento para mudar o nome do lugar para Bairro São Geraldo. Para marcar a aceitação da idéia, bem como o início deste movimento, construíram, diante de sua casa, um pequeno Oratório com uma imagem de São Geraldo, colocado em ponto de destaque de um caramanchão, onde se realizavam festas e reuniões.
Tempos depois, os moradores conseguem do Sr. Telécio Batista uma pequena área situada na confluência da Rua 15 de Novembro com a Rua Rondônia mudando-se para lá com o seu Oratório em outubro de 1967. Ali também eram guardados os objetos utilizados nos atos religiosos. Com a mudança do senhor Manoel Crispim para outro bairro, embora se tentasse, não se conseguiu seguir com o movimento, que ficou parado por alguns anos.
Comunidade de Base – Em 1981, o Padre Estêvão convidou o Sr. Expedito Emídio para coordenar o movimento de criação de uma comunidade eclesial de base, nomeando-o presidente. A primeira medida do novo presidente foi tentar uma área maior junto à Prefeitura Municipal para a construção de uma sede. O então Prefeito Antônio Gonçalves, após várias reuniões, liberou área situada na Rua 15 de Novembro, ao lado da casa do presidente. De posse da escritura, assinada pelo Prefeito Germim Loureiro, o Sr. Expedito registrou o projeto de construção, fez aprovar um estatuto, dando-se início imediato às fundações da sede.
Construção da sede – Uma nova diretoria, liderada por Antônio Gregório Valentim (1983-1985) e reconduzida para um segundo mandato (1985-1987), tomou medidas importantes que propiciaram a continuação da construção: o lançamento de carnês de contribuição mensal, a compra de materiais de construção, a confecção de folhas, envelopes e blocos timbrados, a licença da Prefeitura e do INPS para a construção da sede e a realização de festas com o fim de aproximar os moradores e angariar recursos.
Um caso curioso foi uma festa realizada em um lote vago. Neste dia, o Padre celebrou a missa e, logo após, iniciou-se o baile. Quando estavam todos animados, começou a chover. As lonas que cobriam a área encheram-se de água e foi um corre-corre para guardar salgados e bebidas, não havendo mais condição de continuar a festa. Mas o povo não deixou por menos: no dia seguinte, convocados por propaganda volante, a festa continuou, agora na residência do senhor Leandro, onde se conseguiu vender todos os salgados e bebidas recolhidos no dia anterior.
Com o produto desta e de outras festas realizadas, conseguiram pagar parte dos débitos. Com a primeira parte quase no ponto de laje, a diretoria conseguiu da então Belgo- Mineira as ferragens e os painéis. A Comunidade Nossa Senhora Aparecida emprestou os escoramentos. O prefeito Germim Loureiro doou parte dos materiais e os senhores Dalvo, Leandro e Pedro Lopes comandaram os serviços gerais da laje.
Terminada a alvenaria do primeiro pavimento, urgia fazer o acabamento do interior, mas não havia verba e a comunidade não estava entusiasmada a continuar trabalhando por meio de mutirão. Foram contratados um pedreiro e um servente que executaram o serviço para receber quando pudesse. Desta forma foi construída a rede de esgoto, instalada a água e a energia elétrica e iniciado o entijolamento do segundo pavimento.
Com a obra em andamento e o encarecimento da mão de obra, uma comissão foi à Prefeitura pedir ajuda. Germin Loureiro colocou à disposição da comunidade dois pedreiros e um servente, com a condição de que, se faltasse material, os mesmos seriam retirados da obra. Com a economia da mão de obra, intensificaram-se as festas e as promoções (rifas,bingos, campanha na comunidade e cidades vizinhas) obtendo-se o necessário para a compra de materiais.
Para a laje do segundo pavimento, a Belgo Mineira compareceu novamente com as ferragens, os escoramentos vieram do Centro Social, e o comércio da cidade doou parte do cimento. E tome-se festa e mais festa para a verba de acabamento, engordada por contribuições em dinheiro oferecidas por diversas empresas.
Atualidade – Hoje o Centro Comunitário encontra-se murado, sendo dotado de dois pavimentos: no primeiro pavimento, que possui dois banheiros, funciona um salão de reuniões e de celebrações religiosas, com espaço reservado para uma Capela
do Santíssimo. Na parte superior, há três salas e um banheiro. Ao lado da sede prédio, há uma cantina com área de tendimento e duas cozinhas. Nos fundos, existe um caramanchão ainda em acabamento, faltando cobertura. A área construída do Centro
comunitário é de 150 m², e a cantina tem 26 m². Para animar a comunidade, Padre Marcos designou o Ednilson José Andrade que, com seu entusiasmo vem contagiando o povo. Recentemente a comunidade promoveu uma bela festa de São Geraldo e já se programam as Novenas de Nª Srª da Conceição e a do Natal. Os movimentos e associações continuam em atividade e a comunidade se reúne para a Missa na terceira sexta-feira do mês e para a Celebração todos os segundos domingos. Para representar a comunidade junto ao Conselho Paroquial foram nomeadas Ana de Fátima Alvim e Maria Aparecida Barcelos. Todos estão muito animados e esperam, com a proteção de São Geraldo Magela, trabalhar sempre mais para o Reino de Deus.