O Começo – As origens da Comunidade São João Batista estão ligadas a um movimento missionário de amplitude internacional denominado MMM– Movimento da Mulher Marginalizada – que chegou a João Monlevade pelas mãos do Padre Antônio e do Padre Elder, párocos das paróquias de Nª Sª da Conceição (Carneirinhos) e de Nª Sª de Fátima (Vila Tanque), respectivamente. Por volta de 1985, um grupo integrado por Maria José van Leewen e Alberta Maria Pecx (do grupo das holandesas ou Instituto Unitas) e Maria Aparecida Gonçalves, Elza Guedes e Eunice Lélis (de nossa paróquia) foi enviado por eles a Teófilo Otoni, para conhecerem o movimento, com vistas a sua implementação em João Monlevade. Uma outra senhora, Marília de Souza Pires, também integrava este grupo, mesmo não tendo podido participar do encontro em Teófilo Otoni.
O movimento tinha como objetivo promover a integração das mulheres ditas “de vida má” à sociedade, procurando libertá-las do estado de automarginalização em que se encontravam. O que os animadores desse movimento descobriram é que tais mulheres careciam, antes de tudo, era de um trabalho de promoção social, pois elas se situavam com toda a realidade, sem nenhuma intenção de trocadilho vocabular, em uma zona de confinamento social da qual era difícil sair e se libertar.
A área de atuação escolhida em João Monlevade foi exatamente o Bairro São João, onde existia um prostíbulo denominado “Peroba”. Diferentemente de outros lugares onde o MMM atuou, em João Monlevade as “cafetinas” não criaram obstáculos à atuação do grupo de missionárias, pelo que foi o trabalho relativamente bem sucedido. Era época de Natal. Um dos pretextos para reunir o grupo foi a promoção de uma Novena de Natal que contou com ampla participação dos moradores. Uma missa programada na época para ser celebrada numa área descoberta, quase não se realizou por causa de forte chuva que caiu. Quase… porque foi todo o povo para uma área coberta,em cima de um bar, e Padre Antônio celebrou a missa.
Nasce a Comunidade – O grupo continuou a trabalhar com os moradores, tendo havido logo em seguida um trabalho de preparação para o Batismo (oito batizados), celebrado pelo Padre Antônio na sede da Paróquia. Percebia-se que as pessoas tinham uma índole religiosa intensa, precisando apenas de quem a fizesse desabrochar para a prática. E foi com esse trabalho que a comunidade nasceu e se formou devagarzinho. Tempos depois, o Padre Sebastião conseguiu do Sr. Telécio Batista a doação de um lote o qual, devidamente “preparado” por José Caveirinha, funcionava como local de reuniões e celebrações. Marília e Aparecida Gonçalves continuaram reunindo a comunidade semanalmente, dirigindo a Celebração da Palavra e orientando a comunidade nos primeiros passos.
Responsáveis pela coesão inicial desse grupo foram José Maria Albano, Ana Geralda, Joaquim Vieira, Orlando Vasconcelos, Benécio, Arildo e família e o José Caveirinha.
Em junho de 1995, eles promoveram uma reunião com representantes de comunidades que estavam mais adiantadas: vieram líderes do Rosário, Laranjeiras e de uma Associação de Moradores da Cidade. Nesta reunião falou-se de estatuto, das dificuldades de construção de Centro Comunitário, das vantagens e desvantagens de se ter um centro comunitário ligado ou não à Igreja, da arrecadação de materiais para construção, e também das qualidades que deve ter uma pessoa que atua na comunidade. Foi uma reunião muito boa e produtiva, pois os integrantes até formaram uma diretoria para começar a agir. Pouco tempo depois, a comunidade já estava se m o b i l i z a n d o p a r a a construção de sua igreja. Uma eleição conduzida pelo casal José e Geralda Tavares Pereira, que propôs lista de nomes para o povo escolher, definiu que o padroeiro seria São João, nome que passou a denominar o próprio bairro. Hoje há também um muro que circunda a igreja, feito com participação da comunidade.