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02/11 A FORÇA QUE NOS SUSTENTA VEM DA PALAVRA E DA EUCARISTIA!
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“Dá-nos, com seus sorrisos, suas novas lágrimas, o peixe da alegria, o pão da palavra, as rosas
das brasas, a clareza do horizonte livre, o mar da Galileia, ecumenicamente, aberto para o mundo.”
Pedro Casaldáliga

Queridos irmãos e irmãs redescubramos a necessidade de santificar-nos juntos, como Igreja, e não isoladamente como temos vivido. Trata-se de um deslocamento da orientação espiritual individual, buscando ser santos por amor, e não por uma espécie de vaidade pessoal! Basta olhar para Jesus! “Eu me consagro por eles, a fim de que também eles sejam consagrados na verdade. Eu não rogo somente por eles, mas também por aqueles que vão crer em mim pela palavra deles. Que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim, e eu em ti” (Cf. Jo 17, 19-21). Um organismo cujas células são sadias, porém divididas, não sobrevive. Um organismo, porém, cujas células são de vitalidade limitada, mas bem unidas e solidárias, em pouco tempo refloresce, mesmo com suas limitações. É hora de superar uma espiritualidade apenas individual e caminhar para uma espiritualidade de corpo místico, com grande responsabilidade com tudo o que acontece na Igreja (Cf. Cl 1, 24). As dificuldades de minha Comunidade ou Paróquia, de minha Diocese ou da Igreja, são minhas! E eu também posso contar com o Corpo Místico de Cristo!

Para cumprir sua missão libertadora, Jesus assumiu a “condição de escravo” (cf. Fl 2,5-11), adentrando a realidade de morte gerada sobretudo pelo trabalho opressor, para resgatar os oprimidos e dar-lhes vida. Ele próprio disse: “O ladrão vem só para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Sua doação total para a salvação da humanidade, tornou-se missão contínua, confiada aos seus discípulos, a quem comunicou seu Espírito livre e libertador. Reunidos amorosamente em oração, 50 dias após a páscoa, o Espírito Santo prometido por Jesus se manifestou em seus corações, dando início definitivo à Igreja, na forma de Povo de Deus em missão no mundo. Recusemos, pois, pensar com a cabeça de quem nos divide para nos dominar, joguemos fora as armas ideológicas com as quais nos destruímos mutuamente, fixemos nossos olhares em nosso potencial de unidade, cultivemos nossa fé em Deus que nos une e liberta, avançando sempre mais em direção à amorização que nos salva e liberta.

As Escrituras mostram que a criação, como dom de Deus no passado, se refaz no presente. Elas mostram que nosso horizonte é também de vida. No entanto, somos livres para escolher entre a vida e a morte (cf. Dt 30,15-18). Escolhemos a morte quando impomos limites ao amor. Deus, no entanto, nos liberta desses limites desafiando-nos a relações de qualidade sempre mais profundas. Qual tipo de amor? O testemunho de Jesus é inspirador. O centro de sua ação é o ser humano. Ele os emancipa e abre-lhes novos horizontes, libertando-os de poderes que massacram. Sua utopia de uma humanidade solidária se tornou utopia de seus discípulos, desafiados a testemunhar o caráter profundamente revolucionário da íntima comunhão entre divindade e humanidade. Desde então, os cristãos passaram a se referir a essas duas naturezas de Cristo, divindade e humanidade, acentuando, ora uma, ora outra. Hoje, ainda, uns acentuam sua humanidade; outros, sua divindade. Em consequência, se orientam mais pelo amor ao próximo ou pelo amor a Deus. Na realidade, ambas dimensões se interligam. O próprio Cristo ensinou: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, toda a tua alma, todo o teu entendimento e todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. O segundo mandamento, amarás o teu próximo como a ti mesmo, é semelhante a esse. Não há outro mandamento maior do que esses” (Mc 12,30). Seremos capazes, então, de reverter nosso destino trágico? Com certeza, se presentificarmos o amor divino em nossa convivência e em todas as realidades do mundo, com o otimismo de quem crê no destino que Deus nos propõe escolher: a plenitude de vida.

A todos um abraço fraterno!

Padre Geraldo Reis, Padre Marco José e Seminarista Robson Afonso