O mês de setembro se tornou referência para o estudo e a contemplação da Palavra de Deus, tornando-se em todo o Brasil, desde 1971, o Mês da Bíblia. Desde o Concílio Vaticano II, convocado em dezembro de 1961, pelo papa São João XXIII, a Bíblia ocupou espaço privilegiado na família, nos círculos bíblicos, na catequese, nos grupos de reflexão, nas comunidades eclesiais. Este ano, 2019, será o 48º em que a Igreja no Brasil comemora o Mês da Bíblia. Neste sentido, a Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dando continuidade ao ciclo do tema “Para que n’Ele nossos povos tenham vida” propôs para o Mês da Bíblia o estudo da Primeira Carta de João, com destaque para o lema “Nós amamos porque Deus primeiro nos amou” (1Jo 4,19).
Louvemos a Deus por tudo o que se fez e se faz em nosso Brasil por meio do trabalho evangelizador com a Palavra de Deus, desde o “movimento bíblico” já antes do Concílio Vaticano II, e com ele, e a partir dele, com a rica “pastoral bíblica”. A nossa Igreja no Brasil tornou-se mais atenta em acolher a Revelação do Senhor, mais animada em encontrar-se com a Palavra viva, que é Jesus Cristo, e mais profética e misericordiosa em servir a todos, especialmente aos mais fracos. Deus suscita em nosso povo uma grande fome e sede da Palavra, uma grande procura e desejo de conhecer, viver e anunciar a mensagem da Sagrada Escritura. Este encantamento pela Palavra é um apelo para que, em nossas dioceses, paróquias e comunidades se ofereça e se facilite o acesso à Bíblia, ao estudo bíblico e a vivência da mensagem revelada.
Mas, não basta o acesso à Bíblia. É importante que a Palavra de Deus se torne a alma de toda a vida e pastoral da Igreja e de cada cristão. Para isso o Papa Emérito Bento XVI escreveu a Exortação Apostólica “Verbum Domini” e o Papa Francisco a “Evangelli Guadium” ambas contendo motivações que incentivam os fiéis a caminharem fundamentando suas opções e histórias tendo como base os ensinamentos bíblicos e inspirados na história da Salvação. Ao ter presente o conjunto da Sagrada Escritura compreende-se em profundidade a realidade da Palavra de Deus. O Deus da Bíblia é um Deus que se revela, isto é, mostra-se, dá-se a conhecer, comunica-se. Ele é o Deus de Abraão, de Isaac, de Jacó. Por vontade própria, revela-se mediante a Palavra e desta forma comunica-se com o ser humano estabelecendo uma relação amorosa. O fundamento de toda a Bíblia é Deus que fala. O homem da Bíblia relaciona-se com Deus escutando o Senhor e caminhando à luz da fé. O elemento constitutivo de Israel como Povo de Deus é exatamente este: “Dai ouvidos à minha palavra, e serei um Deus para vós e vós sereis um povo para mim. Andai pelos caminhos que vos ordenei para serdes felizes” (Jr 7,23).
O Documento de Aparecida diz: “Conhecer a Jesus Cristo pela fé é nossa alegria; segui-lo é uma graça; transmitir este tesouro aos demais é uma tarefa que o Senhor nos confiou ao nos chamar e nos escolher”. Jesus diz: “Quem me ama guarda a minha Palavra!”
A todos o nosso abraço fraterno:
Padre Geraldo Reis, Padre Marco José e Seminarista Robson Afonso