Na História da humanidade, temos grandes momentos determinantes para as infraestruturas da comunicação e do ciberespaço que marcaram diferentes etapas até os dias de hoje. Como por exemplo: o desenvolvimento do telégrafo, a invenção do telefone, tem a invenção do filme (cinema), desenvolvimento do rádio e mais tarde a invenção da televisão. Claude Shannon dá um passo mais além com a teoria da informação e os trabalhos de cibernética de Norbert Weiner e os trabalhos de programação de Grace Hopper e outros trabalhos, foram componentes essenciais para a emergência de uma cultura dominantemente digital. Nos anos oitenta temos grandes avanços na área das tecnologias da comunicação e dos computadores permitiram que essas teorias se concretizassem[1].
Com o advento dos computadores caem as fronteiras. O avanço da tecnologia somado com a relação que o homem foi estabelecendo com a máquina causou grande alteração no modo como o ser humano se relaciona com a informação e com o conhecimento no mundo todo.
A partir do Concilio Vaticano II com o Decreto Inter Mirifica a Igreja Católica volta sua atenção também para os meios de comunicação e para cultura digital. A partir deste documento surgiu diversos estudos, um dos mais recente é o estudo da Ciberteologia de Pe. Antônio Spadaro.
A meu ver devemos dar uma atenção maior a Internet, pois Spadaro afirma que:
“[…] as redes sociais fazem parte da nossa vida. Mais que um instrumento ela é um ambiente onde vivemos e não podemos abrir mão dela mas devemos saber usá-la”. Temos muita facilidade ao acesso a informação por meio da Internet, devido a mobilidade dos smatphones e tablt’s. A internet nos conecta com pessoas que nunca encontramos e com certeza nunca veremos pessoalmente. antes do facebook e de outras plataformas semelhantes, a internet era essencialmente uma rede de páginas e de conteúdo, não de pessoas. As redes sociais não são um conjunto de indivíduo, mas de relações entre indivíduos. O conceito chave não é mais a presença na rede, mas a conexão”. (cf. SPADARO, 2012)
A rede não é um “lugar” específico no qual entramos em determinados momentos para viver online, e do qual saímos em seguida para regressar à vida off line. A rede não é usada, é vivida. habitar o mundo digital não pode prescindir da consciência, da sabedoria de uma adaptação, uma ‘familiarização/habituação’ nem sempre fáceis. Todavia, enquanto se continuar a afirmar que é necessário sair das relações em Rede para viver relações reais, continuar-se-á a confirmar a esquizofrenia de uma geração que vive o ambiente digital como um ambiente puramente lúdico, no qual se mete em jogo um segundo eu, uma dupla identidade, que vive de banalidades efêmeras. A vida online e aquela off line pedem uma profunda integração próprio porque se tornam autênticas reciprocamente.[2]
“Para a Igreja Católica a comunicação tem uma função eclesial. Dom Celli em um de seus discursos recorda que o desenvolvimento tecnológico nos últimos tempos, em especial na área da comunicação permite um aumento na capacidade de conhecimento e reação de cada pessoa. Este desenvolvimento também de certa forma influencia inclusive no que diz respeito a fé”.[3]
Mais do que nunca precisamos apreender a usar bem as redes sociais e os meios de comunicação, pois estes meios em mãos tendenciosas podem e estão causando estrago nas vidas das pessoas, nós Católicos precisamos usar estes meios de comunicação para propagar a boa nova do Evangelho, que não aprisiona, mas liberta o homem da escravidão do pecado. E para isso precisamos ser coerentes com nossa fé nos meios de Comunicação.
Pe. Leandro Paulo do Couto