A “Igreja, por sua natureza, é missionaria”, afirmou com muita ênfase, o Concílio Vaticano II no Decreto “Ad gentes”. A missão leva para frente o processo que tem seu início na Trindade Santa: o Pai envia o Filho; o Filho envia o Espirito; Cristo envia os Apóstolos. Cada um, pelo batismo, é um enviado para transmitir a Boa-Nova e a Vida em plenitude para todos, com a coragem de ir até os extremos confins da terra. Temos documentos do Magistério riquíssimos, produzidos nestes últimos anos, suficientes para criar consciência missionária, compromisso e entusiasmo em todos. Não é necessário repetir o que já faz parte do nosso patrimônio teológico e diria até espiritual e pastoral de nossa vida eclesial. É mais urgente transformar as intuições conciliares, as pistas da “Evangelii Nuntiandi” de São Paulo VI e os reiterados apelos do papa Francisco para nos tornarmos uma “Igreja em saída”, uma Igreja não para si, mas para o mundo, “fermento” que sabe deixar o espaço necessário para que Cristo seja tudo em todos.
O Papa Francisco, durante a oração do ângelus de 22 de outubro de 2017, anunciava publicamente, para toda a Igreja, sua intenção de proclamar um Mês Missionário Extraordinário em outubro de 2019 para celebrar o centenário da carta Apostólica Maximum Illud de seu predecessor o Papa Bento XV. Trata-se de reavivar a consciência batismal do Povo de Deus em relação a missão da Igreja. Foi escolhido para o Mês Missionário Extraordinário o tema “Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo”. Com o objetivo de “despertar a consciência da missão além fronteiras e retomar com novo impulso a transformação missionária da vida e da pastoral”. A força renovadora da vida eclesial é a missão. Mas a base da missão urbana são as pequenas comunidades. Nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora elas são designadas Comunidades Eclesiais Missionárias, uma expressão de compromisso com a pessoa humana que nelas se integram, vive a fraternidade e, a partir delas, testemunham e anunciam a Boa Nova.
Na verdade, as obras manifestam a fé que existe antes que as obras sejam feitas. Daqui nasce toda a força da missão. A missão é uma só nasce do amor como fonte do coração da Trindade. Deus é uma fonte inesgotável de amor que se irradia e trasborda em todo o universo alcançando cada um de nós pela sua graça misericordiosa. Que o nosso esforço para encaminhar, viver e celebrar este mês especial nos fortaleça ainda mais na convicção que a Missão renova a Igreja, revigora a sua fé e sua identidade. Que sejam despertadas em nossos corações nossa consciência missionária e a nossa vocação de informar, promover, animar a Igreja para que seja discípula e verdadeiramente missionária. Mãos missionárias a levar o Ressuscitado a todos os recantos do mundo!
Um feliz mês missionário extraordinário para todos!
Padre Geraldo Reis, Padre Marco José e Seminarista Robson Afonso