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16/02 Itinerário Quaresmal e Campanha da Fraternidade 2022
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“Fala com sabedoria, ensina com amor” (Pr 31,26).

Caros irmãos e irmãs o itinerário quaresmal conduz-nos ao encontro com Jesus Cristo, promovendo em nosso interior um processo de autoconhecimento e amadurecimento da fé, que se concretiza na realização das boas obras (cf. Tg 2,26) e no serviço misericordioso a todos e todas. A Campanha da Fraternidade para o ano de 2022 (CF/2022) reflete sobre o tema da educação, com o lema Fala com sabedoria, ensina com amor (Pr 31,26). Considerada oportuna, de suma relevância e até mesmo profética, a iniciativa propõe a reflexão: o que ocorreria com uma pessoa, um país ou uma sociedade que não levasse em conta uma formação crítica e sólida?

Todos os anos, a Igreja no Brasil busca contribuir para este processo de conversão pessoal e sócio comunitária por meio da Campanha da Fraternidade, buscando aprofundar a compreensão de que a luz da fé deve iluminar os ambientes escuros e frios de nossa sociedade. Em 2022, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) nos oferece o tema: “Fraternidade e Educação”. A partir desta reflexão somos estimulados a assumir nosso lugar na sociedade no âmbito educacional e buscar soluções dos muitos problemas que afetam a dignidade e direitos dos cidadãos por falta de conhecimentos.

Atraídos pelo Cristo e fortalecidos pelos exercícios quaresmais, tornamo-nos anunciadores da presença salvífica de Deus em meio aos irmãos e irmãs através do serviço que transforma e constrói novas relações, possibilitando a participação de todos na construção de uma sociedade mais justa e fraterna. Três entraves de caráter histórico e estrutural, no entanto, impedem que o Brasil possa estender esse direito ao conjunto da população: a desigualdade social, o descaso do atual governo diante da cultura e o preconceito racista e excludente. No caso da desigualdade social, o país caminha com um peso de chumbo atado aos próprios pés. Trata-se da discrepância que, historicamente, vem cavando um fosso cada vez mais fundo entre a base e o pico da pirâmide socioeconômica. O círculo vicioso dessa situação desigual revela-se extremamente perverso e difícil de romper. A condição de pobreza extrema impossibilita o acesso integral à rede pública de educação. Sem estudo, sem diploma e sem capacitação profissional, permanece cerrada a porta para o mercado de trabalho, o que, por sua vez, levanta sérios obstáculos a outros direitos, como a habitação, a saúde, o transporte, etc. Perpetua-se desse modo a condição de exclusão social.

Se faz urgente retomar o investimento financeiro na área da saúde, educação e em todas as infraestruturas que ‘cuidam’ de cada um e de todos. A cultura do cuidado deve ser uma linguagem comum, unitiva e predominante que construa pontes, derrube barreiras e promova a paz. Um pacto que conduza a educação para uma ecologia integral, segundo um modelo cultural de paz, desenvolvimento e sustentabilidade, centrado na fraternidade e na aliança entre os seres humanos e o meio ambiente. Investir na instrução e educação das novas gerações é a estrada mestra que as leva, mediante uma específica preparação, a ocupar com proveito, um justo lugar no mundo do trabalho. Diante do caos gerado pela pandemia, é dramática a situação de milhões de pessoas que se encontram subempregadas ou desempregadas e, infelizmente, acabam se tornando invisíveis à sociedade. Num tempo em que a precariedade atinge muito além do nosso conhecimento e olhar, torna-se de vital importância criar novas condições laborais decentes e dignas que tragam oportunidades que salvaguardem a criação e contribuam para a recuperação da dignidade familiar de toda a sociedade. Que a Virgem Maria, Nossa Senhora Imaculada Conceição nos auxilie nessa difícil, mas não impossível missão.

A todos e todas nosso abraço fraterno!

Padre Marco José, Padre Geraldo Reis e Diácono Geraldo Luciano